Green buildings: uma solução ecológica para a arquitetura das cidades
Planejados para causar pouco impacto no meio ambiente, os green buildings ajudam a reajustar o microclima e melhoram a qualidade de vida nas cidades
Você já ouviu falar em green building? Essas “cortinas verdes” surgem com cada vez mais frequência nas grandes cidades e indicam uma preocupação da construção civil com a sustentabilidade. Descubra mais sobre elas!
O que é green building?
Tendência da construção civil, o green building é um tipo de edificação planejada para causar pouco impacto no meio ambiente. Esse planejamento se dá em todas as etapas de seu ciclo de vida, desde o desenho do projeto, até depois de sua finalização. Para garantir uma obra ambiental e responsável, diferentes recursos são aplicados em sua estrutura, como materiais verdes, painéis de energia solar e captação de água da chuva.
Como funciona?
Pensadas para funcionar com máxima eficiência, as construções verdes levam em conta o meio em que estão inseridas, tomando o cuidado de preservar a qualidade de vida dos moradores daquela região. O bem-estar das pessoas, inclusive, é uma das principais motivações dos green buildings, que direcionam suas ações ecológicas — como a utilização de fontes energéticas renováveis, as baixas emissões de gases do efeito estufa e o reaproveitamento de materiais —, para causar um benefício direto na saúde humana.
O Brasil na corrida sustentável
Um levantamento do US Green Building Council (USGBC) de 2019 afirma que o Brasil ocupa a quarta posição, entre dez países e regiões fora dos Estados Unidos, com maior área certificada LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) — selo que avalia quais edificações atendem aos requisitos ambientais e energéticos deliberados pelo órgão. O país soma mais de 1.450 projetos certificados pelo LEED.
Abaixo, separamos algumas construções verdes ao redor do mundo que se destacam pelas variadas soluções sustentáveis. Confira!
One Central Park, na Austrália
Lançado na Austrália em 2013, o One Central Park ambicionava ser a mais alta parede viva já construída. A vegetação densa, que se espalha ao longos dos 166 metros de altura dos prédios residenciais, foi dividida entre espécies nativas e outras exóticas. Um heliostato foi posicionado entre as duas torres, que, a partir do seu movimento, reflete luz solar sobre o jardim ao longo do dia. O projeto leva a assinatura do especialista em jardins verticais, Patrick Blanc, e do renomado arquiteto Jean Nouvel.
Parkroyal on Pickering, em Singapura
Projetado para ser, ao mesmo tempo, um hotel e um jardim, o Parkroyal on Pickering explorou o potencial verde por toda sua estrutura curvilínea. Com uma verdadeira floresta em meio ao cenário urbano de Singapura, a construção exibe 15 mil m² — apenas na fachada — de vegetação natural, da qual fazem parte muitas plantas tropicais, com suportes de janaúba e palmeiras. Além disso, o projeto conta com um sistema de auto irrigação a partir de água da chuva, energia por captação solar e isolamento térmico natural.
O projeto recebeu diversos prêmios internacionais, entre eles o reconhecimento como o hotel mais sustentável do mundo e a certificação ambiental Green Mark Platinum de Singapura. A assinatura é do studio WOHA.
Bosco Centrale, no Brasil
Em Curitiba, o empreendimento Bosco Centrale trouxe em sua concepção um expressivo jardim vertical, que pode ser aproveitado de todos os andares do edifício. Com assinatura do paisagista Benedito Abbud, o prédio é marcado pela presença da natureza.
“Além da preocupação visual e física, nos atentamos a biofilia, que nada mais é do que uma estratégia para reconectar as pessoas com a natureza e o ecossistema. O termo é um complemento para a arquitetura verde, que diminui o impacto ambiental do mundo construído e utiliza design inteligente para criar espaços mais naturais e preservados nas cidades”, afirma Abbud.
Bosco Verticale, na Itália
As duas torres do Bosco Verticale despontam no skyline de Milão como grandes paredes verdes. Projetado pelos arquitetos do Studio Boeri, o complexo abriga 480 árvores de porte médio e grande, além de outras 300 de pequeno porte. Ainda 11 mil plantas perenes e rasteiras e 5 mil arbustos compõem a floresta vertical. A camada de vegetação, que substitui materiais tradicionais com uma policromia de folha nas paredes, ajusta o microclima, filtra a luz solar e contribui para o aumento nas populações de fauna e flora.