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A sustentabilidade e história da arquitetura vernacular africana

Este tipo de arquitetura é associada à sustentabilidade por usar materiais com baixo impacto ambiental e técnicas não prejudiciais ao meio ambiente

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 18 fev 2020, 07h53 - Publicado em 23 mar 2018, 16h30

Arquitetura vernacular foi um termo usado por muito tempo para designar construções antigas e populares. Entretanto, recentemente, tem sido utilizado como sinônimo de arquitetura sustentável. É associada ao termo eco-friendly por usar materiais com baixo impacto ambiental e técnicas bioclimáticas não prejudiciais ao meio ambiente.

Arquitetura tradicional Benin (Reprodução/CASACOR)

Vernáculo significa “próprio de um país”, portanto, arquitetura vernacular é toda aquela que foi construída a partir de técnicas e materiais vindos de uma região específica, ou então, de um conhecimento que foi passado de geração a geração. A prática fez muito sucesso na época pré colonial, mas não se desenvolveu muito desde este período.

A Grande Mesquita de Djenné, Mali. (Wikimedia user Ruud Zwart/CASACOR)

Limitando-se apenas à choupanas tradicionais, com paredes de barro e teto construído com palha, começou a ser associada com escassez e pobreza, sendo desqualificada pela população local.

Kassena Village, tiébélé, burkina fasoimage (Rita Willaert/CASACOR)

Não existe um padrão para o estilo arquitetônico vernáculo, uma vez que diversos estilos existem no continente. Cada tribo tem um método de construção diferente, bem como sua arquitetura, inspirados por histórias e conflitos.

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Escola Primária Tanouan Ibi (Image Cortesia de LEVS Architecten/CASACOR)

Nigéria

No norte do país, reina a arquitetura Hausa, influenciada pela arquitetura Sudano-Sahelina, do Império Songhai. As construções de cada uma dessas tribos refletem seu passado, como patrimônio cultural, costumes, religião e cultura.

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Norte Muçulmano da Nigéria: Cidade de Kano, Maiduguri. (Reprodução/CASACOR)

Camarões

A comunidade Musgum ocupa a fronteira norte da região. As casas, chamadas de Tolek, começaram a ficar na mira do ocidente em meados de 1850, por exploradores alemães. As comunidades podem ser compostas por até 15 cúpulas de terra compactada e cada uma tem uma função, designada a partir dos grupos familiares. Essas casas são bons exemplos de arquitetura sustentável: aproveitam o máximo de material disponível na região e atendem às demandas dos moradores.

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Maremagna (Maremagna/CASACOR)

O tamanho de cada casa varia de acordo com sua função: podem ser usadas para áreas de gado, para brincadeiras de crianças ou conselhos familiares. As fachadas lembram uma grande concha e tem diferentes padrões geométricos. As partes mais grossas da construção ficam na base e as mais finas no topo. As texturas, além de permitirem identificar a função de cada cúpula, servem para drenagem de água e permitem com que os moradores a escalem facilmente para eventuais manutenções. A parte superior é aberta para facilitar a circulação de ar.

Casas Musgum, nos Camarões (Patrick Lapierre/CASACOR)

Malawi

As paredes de barro dentro das casas podem ser construídas de três maneiras diferentes: construindo um quadro de madeira ou bambu e aplicando barro a ele; a técnica taipa, que tem barro comprimido em uma moldura de madeira; e por fim a fabricação de tijolos de barro, que secam com a luz do sol, ou são levados a um forno que tem aberturas na parte inferior da madeira, que gera o fogo.

A estrutura do telhado da aldeia está sendo construída em paredes de terra batida. (Landirani Trus/CASACOR)

Em 2014 o arquiteto Jon Sojkowski criou um banco de dados para documentar a arquitetura vernacular em todos os países da África. O resultado você confere aqui.

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