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Li Edelkoort afirma que a rotina não será mais a mesma após pandemia

As pessoas "não querem voltar" a como estavam as coisas antes do coronavírus, afirma a especialista em tendências em um novo manifesto de esperança

Por Redação
Atualizado em 17 abr 2020, 15h14 - Publicado em 17 abr 2020, 15h12
(Divulgação/ Dezeen/CASACOR)

Diante dos efeitos da covid-19, muitas pessoas entenderam que era preciso rever seus hábitos e modos de vida. A oportunidade de ficar mais tempo em casa com a família, não passar tantas horas no transporte e realizar atividades prazeirosas vai fazer com que a maioria das pessoas não queiram voltar para a mesma velha sociedade e desejem mudar suas vidas para sempre.

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As pessoas “não querem voltar” a como estavam as coisas antes do coronavírus, afirma Li Edelkoort, especialista em tendências, em um novo manifesto de esperança para um mundo pós-pandemia, publicado exclusivamente no Dezeen como parte do Festival de Design Virtual.

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No manifesto, Edelkoort propõe um “Fórum Mundial da Esperança” para contrabalançar o Fórum Econômico Mundial.

“O Fórum Mundial da Esperança é um novo encontro que incluirá mudanças climáticas em sua agenda, além de cuidar de todas as pessoas negligenciadas envolvidas em cadeias e serviços de produção”, escreve Edelkoort, que deu mais detalhes em uma entrevista em vídeo ao vivo com Dezeen.

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Edelkoort a expandirá suas idéias na próxima conferência Business of Fashion Voices. Considerada a previsora de tendências mais influente do mundo, ela é fundadora da agência Trend Union e foi foi diretora da Design Academy Eindhoven de 1998 a 2008.

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Confira o texto completo do manifesto de esperança de Edelkoort:

A ECONOMIA DA ESPERANÇA: COLOCANDO AS PESSOAS ACIMA DOS LUCROS

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Muitas empresas, designers e diretores ouvem esse chamado para a mudança e sabem que não devem perder essa chance de implementar uma ampla reestruturação dos negócios, desacelerando seu ritmo.

No final desta pandemia, como se depois de uma guerra, apenas nossos edifícios permanecerão de pé e tudo mais terá mudado. É certo que muitas empresas serão forçadas a adotar uma maneira mais enxuta de produzir bens e serviços, com algumas delas deixando de lado linhas de produção não mais consideradas vitais, mantendo os produtos atuais para a oferta do próximo ano e professando um senso comercial mais frugal. Os designers estabelecidos estão reconsiderando a quantidade de itens que desejam conceber e realizar, recalibrando seu estoque de acordo com a demanda calculada com precisão.

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A ECONOMIA DA ESPERANÇA: ESSENCIAL É O CAMINHO A SEGUIR

A moda tem a oportunidade única de reverter a prática insana de entregar caxemira em novembro e moda praia em maio. Num futuro pós-vírus, as pessoas deverão poder comprar um casaco de inverno no inverno e uma bermuda de verão no verão. As roupas provavelmente se tornarão essenciais e mais uniformes. O design do produto também ganhará impulso crucial, dando forma ao design autônomo em menor escala, feito à mão em ateliês, mantendo uma conexão privilegiada com colecionadores e clientes.

Os desastres são conhecidos como poderosas ferramentas de ignição para dar ensejo a formas radicais de transformar as práticas de negócios. Muitos países financiarão o retorno da produção a seus próprios limites e a terceirização se tornará mais diversificada e menos excessiva, cuidando melhor dos trabalhadores e do meio ambiente.

A fim de colher essas ideias emergentes – e também aprender com as boas práticas estabelecidas antes desse desastre global –, desejamos organizar uma plataforma internacional voltada para se contrapor ao Fórum Econômico Mundial.

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O FÓRUM MUNDIAL DA ESPERANÇA

O Fórum Mundial da Esperança é um novo encontro que incluirá as mudanças climáticas em sua agenda e cuidará de todas as pessoas negligenciadas envolvidas em cadeias de produção e serviços. Sob a liderança de embaixadores escolhidos nos países participantes, o Fórum Mundial da Esperança reunirá palestrantes e estudos de caso selecionados, boas práticas, reinvenções de varejo e ideias inovadoras que surgirão na primavera do reavivamento. Diferentes soluções e cenários reunidos em um fórum global (virtual) uma vez por ano. Haverá a troca e a análise de conceitos dinâmicos e de dados econômicos, para que todos possamos aprender e para que nossas energias criativas sejam despertadas. Os resultados serão publicados posteriormente e o acesso aberto permitirá que outros os sigam. Reconstruindo o renascimento da sociedade juntos.

CUIDANDO DO PLANETA E DAS PESSOAS QUE NELE VIVEM

Podemos começar do zero e construir novos sistemas em que aspectos sociais e comuns superam o ego, em que a moral e os valores se sobrepõem aos lucros dos acionistas e em que a colaboração e a cooperação prevalecem para dar a mais pessoas oportunidades iguais. Não temos escolha a não ser unir forças e permanecer juntos. Novos pactos precisam ser estabelecidos entre produtores de fibras, fabricantes de fios, indústrias têxteis e ateliês de moda, entre produtores de matérias-primas, designers independentes e seus artesãos. Cadeias inteiras precisam ser integradas, estimuladas por fundos federais, encontrando lucro e renda compartilhados com base nesse renascimento nos negócios. A economia da esperança tem potencial para transformar a sociedade a partir de dentro.

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Juntamente com a Dezeen e a Business of Fashion, queremos entrar em contato com designers, líderes do setor, empresas de estilo de vida, o público em geral e um número crescente de amadores criativos.

– Lidewij Edelkoort, Sexta-feira Santa, 10 de abril de 2020

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