“De presente, o agora”: entenda o tema da CASACOR 2024!
Ciclos da natureza, transformações cotidianas e influência da Inteligência Artificial: descubra o que está por trás do tema das mostras de 2024
Que ancestrais queremos ser? Qual o legado que deixaremos para as próximas gerações e para o planeta? É com essa reflexão e provocação que toma forma o mote da CASACOR 2024, a mais completa mostra de arquitetura, arte, design de interiores e paisagismo das Américas.
O tema – que permeará todas as edições nacionais e internacionais da CASACOR no próximo ano, cujas primeiras datas já foram divulgadas – procura entender como o mundo vive o presente e enxerga o futuro.
Para os profissionais que farão parte do elenco, o desafio é grande. No Manifesto, que dá origem ao tema da campanha, a curadoria de CASACOR convida os profissionais usarem sua criatividade para responder à complexidade deste tempo. “É também uma oportunidade para refletirmos sobre o impacto de cada ação ou escolha nos projetos, sobretudo quando falamos do morar”, diz Livia Pedreira, curadora da mostra.
De acordo com Rodrigo Peirão, Diretor Criativo da campanha pela Agência Sharp, “De presente, o agora” transcende justamente essa divisão entre o abstrato e o concreto, manifestando-se como um conceito criativo que permeia a experiência do espaço e do ser. “Este convite à reflexão é intrínseco e profundo, onde o ‘agora’ não é apenas um instante cronológico, mas um estado de vivência pleno e atento”, reitera.
Seus componentes visuais são fundamentais para a tradução da prática. Segundo Peirão, além da paleta de cores suaves e elementos gráficos cuidadosamente selecionados para induzir um estado de calma e reflexão, “a iconografia adotada tem relação direta com o tema, reconhecendo a beleza das transformações cotidianas, os ciclos da natureza e a influência da Inteligência Artificial nos dias atuais”.
Vivemos em uma era de constantes mudanças, onde o presente muitas vezes é ofuscado pela velocidade do dia a dia. Dessa forma, o mote de CASACOR convida a desacelerar. “No contexto da CASACOR, isso se reflete em uma abordagem que transcende o temporário e celebra o perene, encorajando uma apreciação mais profunda das experiências cotidianas e da beleza que pode ser encontrada na simplicidade e na autenticidade do presente”, finaliza Peirão.
O mundo olha o Brasil com esperança e fascínio, frente às ameaças de um colapso climático e humanitário. E esse olhar não poderia ser mais certeiro.
Por acolher em seu território a maior parte da Floresta Amazônica – precioso pulmão verde do planeta – e uma biodiversidade de magnitude ainda incalculável, o país reúne elementos para gerar a alvorada de uma inédita ordem econômica: mais verde, mais igualitária, mais diversa, mais solar.
Complexa, exuberante e contraditória, a nação brasileira enfrenta o desafio de reparar injustiças estruturais. E compor uma poderosa sinfonia com todas as vozes que foram silenciadas ao longo dos séculos.
Celeiro que alimenta o mundo, não eliminamos a fome entre nós. Somos exemplares no uso de energias limpas, mas ainda convivemos com o desmatamento ilegal e a poluição dos rios. Não escapamos do cotidiano mundial de hiperdigitalização, que não livra ninguém da ansiedade, da solidão nem da dificuldade de nos entendermos uns aos outros.
Entre tantos paradoxos, que embaraçam a trama da vida, é urgente repactuar o presente para inventar o futuro. Um mergulho na biodiversidade cultural em que nos movimentamos será capaz de revelar a beleza de nossa origem, feita de resiliência, alegria e encantamento. Tais habilidades, não há quem possa negar, sempre nos acompanharam. Se hoje parecem sufocadas ou esquecidas, é reconfortante saber que temos a quem recorrer.
Ainda podemos ouvir os guardiões do planeta. Aqueles que mantêm em seu estilo de vida a sabedoria necessária para curar a terra, limpar os rios, proteger as florestas e nos religar ao cosmos. Estejam eles entre árvores, no asfalto das cidades ou em centros de pesquisa.
Dessa confluência de saberes, brota a consciência inevitável de que nossas pegadas deixarão vestígios na Terra. Constatação que redobra a responsabilidade de todos com as escolhas do presente. Sempre seremos ancestrais de alguém. Que ancestral queremos ser? Certamente, seres solares. Os provedores de todas as cores da esperança.