Bienal de Veneza 2023 coloca a África como centro das exposições
Mais de 80 participantes de todo o mundo irão tratar do "Laboratório do Futuro", tema da Biennale neste ano
A tradicional Bienal de Arquitetura de Veneza, um dos eventos mais importantes de arquitetura e design do mundo, tem início neste sábado com o tema “Laboratório do Futuro“. Até 26 de novembro será possível conferir nos espaços do Giardini, do Arsenale e do Forte Marghera as exposições dos 89 participantes de todo o mundo que irão colocar a África como centro das produções.
Neste ano, o artista, designer e arquiteto nigeriano Demas Nwoko foi anunciado como vencedor do Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra da 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Confira todos os detalhes do evento abaixo!
Tema da Bienal de Veneza
Pela primeira vez, a Bienal de Arquitetura de Veneza coloca os holofotes sobre a África e a diáspora africana. Com o mote “é impossível construir um mundo melhor se não o imaginarmos primeiro”, a exposição não pretende retratar uma história única, mas contar “várias histórias que refletem o caleidoscópio deslumbrante e irritante de ideias, contextos, aspirações, e significados que respondem às questões de seu tempo”, explica Lesley Lokko, arquiteta, acadêmica e romancista ganense-escocesa, curadora do evento neste ano.
“A África é o laboratório do futuro“, disse Lokko durante a coletiva de imprensa da Bienal de Veneza em maio de 2022. “Somos o continente com a população mais jovem do mundo, a urbanização mais rápida, crescendo a uma taxa de 4% ao ano, muitas vezes às custas dos ecossistemas locais – por isso também estamos na vanguarda das mudanças climáticas. A exposição vai centrar-se na África, mas não irá tratar só da África – o continente será usado como um lugar para perceber tudo o que acontece em todo o mundo. Afinal, a própria Bienal é uma oficina para o futuro”.
Expositores
A Bienal de Veneza será dividida em seis partes. Nelas, estão incluídos 89 participantes, dos quais mais da metade são da África ou da Diáspora Africana. Além disso, mais de 70% dos participantes são autônomos ou equipes de cinco pessoas ou menos.
A exposição tem início no Pavilhão Central dos Giardini, onde foram reunidas 16 práticas que representam a força da produção arquitetônica africana e diaspórica.
Países participantes
A edição de 2023 da Bienal contará com 63 países alocados no Giardini, no Arsenale e no centro histórico da cidade de Veneza. Além disso, a mostra receberá pela primeira vez o Níger, juntamente com o Panamá, que terão pavilhões próprios. A lista completa de participantes pode ser conferida no site.
O Brasil na Bienal de Veneza
Partindo de uma reflexão entre o Brasil de ontem, o de hoje e aquele porvir, a mostra coloca a terra no centro do debate, tanto como poética quanto como elemento concreto no espaço expositivo. Para isso, todo o pavilhão será aterrado, colocando o público em contato direto com a tradição das moradias indígenas, quilombolas e sertanejas, além dos terreiros de candomblé. A curadoria é de Gabriela de Matos, do elenco CASACOR São Paulo 2021, e Paulo Tavares.
“Nossa proposta curatorial parte de pensar o Brasil enquanto terra. Terra como solo, adubo, chão e território. Mas também terra em seu sentido global e cósmico, como planeta e casa comum de toda a vida, humana e não humana. Terra como memória, e também como futuro, olhando o passado e o patrimônio para ampliar o campo da arquitetura frente às mais prementes questões urbanas, territoriais e ambientais contemporâneas”, contam os curadores.
Saiba mais sobre o projeto aqui.
Sustentabilidade
Um dos principais objetivos da Bienal de Veneza neste ano é combater as mudanças climáticas, promovendo um modelo mais sustentável para o design, para a exposição e para as operações de todos os seus eventos espalhados pela cidade. Em 2022, a La Biennale obteve o certificado de neutralização de carbono pelo RINA.