Peças de arte conferem charme e cor a qualquer ambiente de uma casa. Da sala à cozinha, passando por todos os cômodos, não existe uma regra. Prova disso são as muitas obras que podem ser encontradas nos 39 ambientes da CASACOR Paraná 2021 – a maioria de artistas brasileiros com ênfase na cultura indígena.
Um dos motivos para a presença marcante da arte foi o desejo dos profissionais de valorizar a cultura brasileira através de pinturas, esculturas, fotografias e instalações integradas à decoração de artistas renomados e em ascensão de todo o país.
A mais genuína arte brasileira
A CASACOR Paraná inovou ao fazer uma parceria com o Museu de Arte Indígena (MAI) para apresentar algumas de suas peças. Situado em Curitiba, a instituição possui um acervo único, fruto de mais de 20 anos de pesquisa sobre a cultura indígena brasileira.
Na 27ª edição da mostra paranaense, é possível admirar acessórios de casamento feitos com penas pela etnia Rickbaktsa e um banco do artista do Mayak Wuará, oriundos do Mato Grosso. Repleta de simbolismo, a arte feita com penas continua sendo uma das criações estéticas mais desenvolvidas pelas culturas indígenas, principalmente no Brasil.
Já os integrantes da etnia Wuará, como o Mayak, são exímios escultores. Seus bancos são feitos com uma técnica que esculpe figuras, principalmente animais da floresta, em um bloco único de madeira sem emendas.
“A visibilidade conferida pela CASACOR Paraná é muito importante para a arte indígena como um todo, pois instiga e desperta a curiosidade dos visitantes para essa atividade que é tão sofisticada e ao mesmo tempo a mais autêntica expressão artística nacional”, explica Julianna Podolan Martins, diretora do MAI.
A brasilidade em forma de arte
A valorização da identidade nacional nunca esteve tão em alta, e essa tendência pode ser conferida na CASACOR Paraná, que traz em quase todos os espaços obras de artistas nacionais em variadas composições e entendimentos.
Peças da artista plástica paranaense Marilene Ropelato, por exemplo, podem ser conferidas no Meeting Point DIVISYSTEM, de Carlos Tietjen; no Loft Deca, de Marcelo Lopes; no Living da Lareira, de Alexandre Weiss e Nelson Machado; e no Decompression Room, de Luciana Gibaile.
Já a arte do artista plástico e fotógrafo Eleuthério Netto aparece no Loft com Varanda, de Ary Polis Jacobs, Bianca Moraes e Renan Mutao. As criações de Luiz de Souza podem ser conferidas no Concierge, de Rodolpho Gutierrez; e na Joalheria Autoral, de Alessandra Ramos e Renato Sabadin.
Isso sem falar de obras que não necessitam de apresentações. O trabalho de Juarez Machado pode ser apreciado no Quarto de Casal de Viviane Busch. Esboços de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti estão expostos no ambiente Vínculos Home e Jantar, de Luana Vansin.
Maior mural do Estado do Paraná
Novos artistas, instalações e grafites também figuram em diversos projetos. Enormes tentáculos feitos pelo artista plástico Tony Reis emergem do ambiente do carnavalesco Felipe Guerra; já o artista plástico Victor Zanotto assina a pintura do grafite em uma das paredes do ambiente.
Por sua vez, o chão de uma das praças frontais, no ambiente assinado pelo paisagista Wolfgang Schlögel, recebeu uma intervenção colorida do artista e designer Celestino Dimas. O ambiente de passagem e permanência é aberto à comunidade, independente da compra do ingresso para a mostra.
Batizada de natureza gráfica, a arte oriunda do muralismo e da audaciosa street art, é considerada o maior mural do estado do Paraná, com aproximadamente 1.300 metros. A obra é arrematada com referências florais do artista francês Henri Matisse, em uma leitura espontânea da história da arte.