Sesc Pompeia é listado entre as 25 obras mais importantes do pós-guerra
A icônica obra de Lina Bo Bardi em São Paulo é citada pelo New York Times como um dos 25 edifícios mais relevantes construídos após a Segunda Guerra Mundial
Elaborada pelo New York Times, uma lista publicada nesta segunda-feira (02) elege as 25 mais importantes obras arquitetônicas construídas após a Segunda Guerra Mundial. Entre elas, está o icônico edifício do Sesc Pompeia, projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi em São Paulo, um dos grandes expoentes do modernismo no Brasil, que deixou um legado repleto de marcos arquitetônicos na capital paulista; entre eles, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
O prédio ocupa a 18ª posição da lista, ao lado de outros grandes nomes da arquitetura mundial, como Mies van der Rohe, Luis Barragán e Alvar Aalto.
Como critérios de seleção, os três arquitetos que elaboraram a lista, Toshiko Mori, Annabelle Selldorf e Vincent Van Duysen; o designer Tom Dixon; o artista e cenógrafo Es Devlin; o crítico Nikil Saval; e os jornalistas Tom Delavan, Kurt Soller e Michael Snyder; selecionaram cada um deles os 10 projetos mais relevantes feitos nas últimas oito décadas em qualquer lugar do mundo. Depois disso, o grupo filtrou as obras que apareciam repetidamente na seleção, chegando assim à forma final da lista.
A seleção demonstrou especial interesse nos modernistas – Lina, por exemplo, recebeu três votos preliminares, acarretando em sua invariável inclusão na lista final. Além dela, a Casa Farnsworth, de Mies van der Rohe (1951; Illinois) e o Instituto Salk de Louis Kahn (1965; La Jolla, Califórnia) também foram indiscutivelmente inseridos na lista de finalistas.
“Dadas as dificuldades que assolam o nosso momento atual, não é surpreendente que as preocupações sociais da arquitetura – a necessidade de fornecer moradia, por exemplo, ou de criar estruturas cívicas e acadêmicas úteis; a ideia de que belas cidades e comunidades não devem ser construídas apenas para e pelos ricos; a urgência da sustentabilidade, ambientalismo e materialidade mais cuidadosa – estavam na mente de todos”, escreve os jornalistas Kurt Soller e Michael Snyder sobre o processo de seleção.
O Sesc Pompeia foi projetado entre os anos 1977 a 1986 por Lina Bo Bardi para revitalizar uma antiga fábrica de tambores, dando lugar a um centro cultural. Uma verdadeira obra de arte, a obra arquitetônica é encantadora, com suas linhas orgânicas, a simplicidade do concreto e dos tijolos aparentes, que fazem do edifício um marco moderno na capital paulista.
Pioneiro no que se propunha, o Sesc Pompeia provava que a revitalização proposta pela arquiteta não se limitava à velha indústria, mas se estendia para toda a região que a cercava, trazendo shows, oficinas,teatro e servindo como um espaço de convivência não erudito, mas cotidiano e democrático.
Veja a lista completa do New York Times:
1º | Casa Luis Barragán | Cidade do México (1948) |
2º | Casa Farnsworth, de Mies van der Rohe | Illinois (EUA, 1951) |
3º | New Gourna Village, de Hassan Fathy | Luxor (Egito, 1952) |
4º | Câmara Municipal de Säynätsalo, de Alvar Aalto | Jyvaskyla (Finlândia, 1952) |
5º | Edifício Seagram, de Ludwig Mies van der Rohe | Nova York (EUA, 1958) |
6º | Prefeitura de Kagawa, de Kenzo Tange | Takamatsu (Japão, 1958) |
7º | Renovação da Fundação Querini Stampalia, de Carlo Scarpa | Veneza (Itália, 1959) |
8º | Convento Sainte-Marie de La Tourette, de Le Corbusier | Éveux (França, 1960) |
9º | Escola de Artesanato Haystack Mountain, de Edward Larrabee Barnes | Maine (EUA, 1961) |
10º | Salk Institute de Pesquisas Biológicas, de Louis Kahn | Califórnia (EUA, 1965) |
11º | Biosfera de Montreal, de Buckminster Fuller | Canadá (1967) |
12º | Edifício da Johnson Publishing Company, de John W. Moutoussamy | Chicago (EUA, 1971) |
13º | Ópera de Sydney, de Jorn Utzon | Austrália (1973) |
14º | Estação de Esqui de Les Arcs, de Charlotte Perriand | Savoie (França, 1974) |
15º | Casa Van Wassenhove, de Juliaan Lampens | Sint-Martens-Latem (Bélgica, 1974) |
16º | Centro Pompidou, de Renzo Piano e Richard Rogers | Paris (França, 1977) |
17º | Indian Institute of Management, de Balkrishna Doshi | Bangalore (Índia, 1983) |
18º | Sesc Pompéia, de Lina Bo Bardi | São Paulo (Brasil, 1986) |
19º | Termas de Vals, de Peter Zumthor | Vals (Suíça, 1996) |
20º | Escola Primária Gando, de Francis Kéré | Gando (Burkina Faso, 2001) |
21º | Campus Central da Academia de Arte da China, de Wang Shu e Lu Wenyu | Hangzhou (China, 2007) |
22º | Mesquita de Bait Ur Rouf, de Marina Tabassum | Daca (Bangladesh, 2012) |
23º | Série ‘Color(ed) Theory’, de Amanda Williams | Chicago (EUA, 2014-2016) |
24º | Grand Parc, de Lacaton & Vassal, Frédéric Druot e Christophe Hutin | França (2017) |
25º | Estação Espacial Internacional, vários designers | Órbita da Terra (1998-2011, ainda em andamento) |