Como o nome sugere, o Museu do Amanhã não é só uma construção bela e que atraí os turistas para fotos e visitações. O empreendimento surgiu com o intuito de valorizar e recuperar a Baía de Guanabara, além de promover a sustentabilidade, tornando-se um prédio verde, preocupado com o futuro e o meio ambiente. Por isso, o museu foi o primeiro projeto brasileiro do gênero a ganhar o Prêmio Internacional MIPIM na categoria “Edifício Verde Mais Inovador”.
Criada em 1991, a premiação MIPIM é uma competição internacional que seleciona os mais notáveis projetos já construídos ou em fase de construção de todo o mundo. A cerimônia de divulgação dos vencedores foi realizada ontem (16 de março), no Palácio dos Festivais, na França (onde também acontece o Festival de Cinema de Cannes).
O Museu do Amanhã, localizado no Centro do Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, tem motivos de sobra para vencer a categoria do Prêmio MIPIM. A tecnologia aliada à sustentabilidade, tornou o projeto único e merecedor de vitórias. “Estamos muito felizes por mais este reconhecimento que recebemos. A premiação coroa um esforço constante do Museu do Amanhã em aliar inovação e sustentabilidade. Além de incentivar a discussão sobre assuntos como utilização da energia solar e a recuperação da Baía de Guanabara no nosso dia a dia, a intenção desde o início era incorporar esses temas ao próprio edifício. E o resultado anunciado mostra que estamos no caminho certo“, comemora Ricardo Piquet, diretor-presidente do Museu do Amanhã.
Assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o espaço é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) e foi uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro em conjunto com a Fundação Roberto Marinho. São cerca de 30 mil m², com jardins, espelhos d’água, ciclovia e área de lazer. O prédio tem 15 mil m² com sua forma longilínea, inspirada nas bromélias do Jardim Botânico, foi projetada de maneira a se integrar à paisagem ao redor e, especialmente, deixar visível o Mosteiro de São Bento, um dos mais importantes conjuntos barrocos do país.
O projeto é voltado para o melhor aproveitamento de recursos naturais da região, como algumas medidas adotadas desde o início da construção do museu, com a redução e correta destinação de resíduos para reciclagem – sobras das estacas das fundações, por exemplo, foram utilizadas na construção dos barracões usados na obra. Foram poupadas toneladas de aço com essa ação. A seleção de materiais também seguiu critérios ambientais, dando preferência a materiais com componentes reciclados, baixa toxidade, alta durabilidade e produzidos próximos ao local da obra, além da utilização de madeira certificada FSC.
Além disso, foi empregada uma tecnologia na captação da energia solar e no uso das águas geladas do fundo da Baía de Guanabara para o sistema de ar-condicionado. A estimativa é que, por ano, sejam economizados 9,6 milhões de litros de água e 2.400 megawatts/hora (MWh) de energia elétrica, o que seria suficiente para abastecer mais de 1.200 residências.
A água da Baía é captada pelo museu com duas finalidades: para abastecer os espelhos d’água e para o sistema de refrigeração, onde é utilizada na troca de calor. Depois de passar por filtragem de sólidos e usada na climatização do Museu, é devolvida ao mar. O uso racional da água também se dá no tratamento e na reutilização das águas de pias, lavatórios, chuveiros e chuvas, além do volume proveniente da desumidificação do ar (o “pinga-pinga” do ar condicionado) – que sozinho pode render até 4 mil litros de água ao dia.
Com mais de dez reconhecimentos internacionais, o Museu do Amanhã vem conquistando notoriedade global. Em 2016, o “Oscar dos Museus”, prêmio britânico Leading Culture Destinations Awards, elegeu a instituição carioca como o “Melhor Novo Museu do Ano”. O Amanhã também subiu ao pódio com uma medalha de ouro e duas de bronze no International Design & Communication Awards (IDCA), no Canadá.
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