Banheiro acessível: 4 dicas para adaptar a casa e trazer mais segurança
No Brasil existem mais de 17 milhões de PCDs, e essas pessoas precisam de casas pensada na segurança e conforto, especialmente em áreas úmidas
A arquitetura vai muito além da estética. Trata-se de trazer funcionalidade, conforto, segurança e bem-estar para a pessoa que irá habitar o espaço. É por isso que em casos de lares para Pessoas Com Deficiência (PCDs), um projeto arquitetônico planejado e voltado às suas necessidades pode ser uma garantia ainda maior de segurança.
Assim como crianças e idosos, um PCD é mais suscetível a acidentes domésticos e precisa de cuidado redobrado. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), coordenada pelo IBGE, existem mais de 17 milhões de pessoas com alguma deficiência no país.
O banheiro é uma área úmida onde ocorrem muitos acidentes, especialmente por queda. A boa notícia é que existem algumas pequenas mudanças que podem ser feitas no lar para garantir mais segurança para esse público. A seguir, separamos 5 dicas do arquiteto Leandro Neves, parceiro da Ideia Glass, para trazer conforto e segurança para o seu banheiro:
Dimensão das portas
Na hora de se projetar um banheiro acessível, deve-se levar em consideração as dimensões das portas e os acessos ao cômodo, que precisam ser maiores do que o convencional. “Caso a porta do banheiro abra no sentido oposto da chegada do usuário, deverá ter no mínimo 1,20 m livre para a entrada e 30 cm livres entre o alinhamento da abertura e a parede interna”, explica o especialista.
Além disso, o arquiteto explica que é importante observar também o tamanho da porta, que deve ter, no mínimo, 80 cm de largura para que uma cadeira de rodas passe com tranquilidade.
Cuidado com desníveis
Para a parte dos pisos, o arquiteto conta que o ideal é evitar degraus ou pequenos obstáculos, deixando a superfície o mais plana possível para não atrapalhar a locomoção do morador.
No entanto, a NBR 9050 (norma que estabelece critérios para uma construção com acessibilidade) permite que exista um desnível de, no máximo, 1,5 cm entre o box e o restante do banheiro. “O piso do box deve ser antiderrapante e não deve ter desníveis em relação ao restante do banheiro. Por isso, é aconselhado o uso de inclinação de até 2% na direção do ralo para escoamento da água, mas os ralos devem ser instalados fora da área de manobra em caso de cadeirantes”, orienta.
Barras de apoio
Mais do que meros acessórios, as barras de apoio são fundamentais em uma casa com um PCD, idosos ou até mesmo gestantes. A maior dúvida costuma ser onde posicioná-las.
Segundo o arquiteto, as barras devem ficar ao lado do vaso sanitário, na pia e no espaço do box de banho. “No caso do vaso sanitário, as barras de apoio precisam ser instaladas nas paredes laterais e atrás do objeto. Esse posicionamento ajuda o cadeirante na hora de fazer a transição entre a cadeira e o vaso sanitário. Já na parte do box, os apoios devem estar posicionados a uma altura de 75 cm do piso e ter o comprimento mínimo de 70 cm”.
Box do banheiro
Para garantir um banho com segurança, a escolha do box também faz toda a diferença no projeto de um banheiro acessível. “Um box de banho que otimiza o espaço do banheiro e que não possui ferragens inferiores é o ideal. Além de facilitar a locomoção, permite a entrada de cadeiras de rodas de maneira fácil e rápida”, explica Leandro.