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12ª Bienal Internacional de Arquitetura promove reflexão sobre o cotidiano

O evento traz como título Todo dia e destaca a dimensão mais prosaica da realidade na arquitetura e no urbanismo no século 21

Por Cristina Bava
Atualizado em 18 set 2019, 23h01 - Publicado em 16 set 2019, 18h40

Para quem chega na rua 24 de maio – endereço do Sesc, que abriga a 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo – não há nada que indique de forma grandiosa ou impositiva que, logo ali adiante, acontece uma das mais importantes exposições de arquitetura do país. Nada parece destoar do entorno, a comunicação é feita por meio de uma prosaica biruta ligada a um ventilador que se move aleatoriamente. O recurso é o mesmo usado pelas diversas redes de comércio local que procuram capturar a atenção dos pedestres. Nada mais adequado visto que a mostra procura refletir sobre o poder do cotidiano e a dimensão mais trivial da realidade na arquitetura e no urbanismo neste período.

Fachada do Sesc 24 de maio, edifício projetado por Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetura, uma das sedes da 12 Bienal Internacional de arquitetura de São Paulo.

Idealizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo, a 12ª BIA SP teve proposta curatorial dos arquitetos: Charlotte Malterre-Barthes, Ciro Miguel e Vanessa Grossman. O trio foi vencedor do concurso curatorial promovido pelo pelo IAB de São Paulo.“O poder discreto do cotidiano está em sua capacidade de traduzir o modo como habitamos, utilizamos recursos naturais, e mantemos o espaço, em práticas comuns, que fazem do projeto algo relevante”, afirmam os curadores.

Nova República, instalação de Hálio Menezes e Wolff Architects.

A exposição traz trabalhos multidisciplinares e multímidia e está estruturada em torno de três eixos temáticos:

Relatos do cotidiano – examina as inúmeras maneiras pelas quais arquitetos e outros profissionais relacionados reinterpretam o dia-a-dia, relatando histórias reais ou fictícias ligadas à produção do espaço, que vão desde sutilezas poéticas à revelação das violências, como crises e desigualdades que atingem os indivíduos em seus cotidianos.

Materiais do dia-a-dia – é o eixo que fala da sustentabilidade, aborda a crescente conscientização e o engajamento crítico de arquitetos, paisagistas e urbanistas em relação a diferentes processos envolvendo recursos cotidianos, tanto em contextos urbanos quanto rurais, na era do Antropoceno (termos usado para expressar o período mais recente na história do planeta Tera.)

Manutenções diárias – explora a manutenção da arquitetura e da cidade. O assunto vem ganhado cada vez mais atenção sobretudo nos debates teóricos e na pesquisa tecnológica atual, mas ainda é incorporado de forma insuficiente à produção arquitetônica.

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E para abrigar a 12ª BIA SP foram escolhidos dois edifícios-manifesto do cotidiano da cidade de São Paulo, segundo a curadoria. Para a exibição no Sesc 24 de Maio, (projetado por Paulo Mendes da Rocha e MMBB), 10 arquitetos e coletivos selecionados criaram intervenções no espaço. Os projetos ocupam as áreas comuns do edifício como rampas, escadas, corredores, área de convivência e piscina.

No Centro Cultural São Paulo (assinado por Eurico Prado Lopes e Luiz Telles em 1982), há projetos e experimentos de diversas formatos e escalas que tentam reimaginar como o cotidiano molda nosso mundo. Os 74 trabalhos selecionados integraram um chamado aberto com 710 inscrições vindas de 52 cidades do Brasil e 101 cidades de outros 30 países. O projeto de expografia das duas unidades foi desenvolvido pela dupla do Metro Arquitetos Associados.

 

Serviço

12ª BIA SP – Sesc 24 de Maio

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Até 29 de setembro de 2019

Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo

12ª BIA SP: Centro Cultural São Paulo – CCSP

Até 8 de dezembro de 2019

Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo – SP, 01504-000

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